quarta-feira, 28 de agosto de 2013

 









No início era assim...




O sexo também é uma área explorada pela imprensa. O primeiro jornal regular e de grande difusão na cidade do Rio de Janeiro apresentando erotismo e pornografia foi o RIO NU. Ele se definia como um “periódico humorístico e ilustrado”. Era bi-semanal e circulou livremente pelas mãos da população masculina entre 1900 e 1916. 
O periódico abrigava várias seções. Até 1910, os desenhos de charges e histórias em quadrinhos eram constantes, tanto na capa quanto nas páginas interiores. De ênfase cômica, as imagens giravam em torno das aventuras sexuais de mulheres ora sensuais ou pervertidas, ora passivas e vítimas das investidas masculinas. Os homens apareciam como sedutores ou seduzidos. Muitas vezes, eles eram seduzidos pela artimanha e beleza femininas. 
Nas imagens, a mulher sempre mostrava o corpo nu. E essa era a principal atração da publicação. Esse nu não era tão explícito como hoje, mas ainda assim acendia a imaginação dos leitores. 
A partir de 1910, além dos desenhos, começaram a aparecer fotografias de mulheres nuas em poses sensuais e oferecendo-se ao expectador. A maior parte dessas fotos vinha da França. Nesse período a fotografia se desenvolvia e a foto erótica era um mercado em ascensão no mundo. 
Mas o jornal oferecia outras atrações aos leitores. Uma delas é que, na segunda década, passou a distribuir cartões postais de nudez que podiam ser colecionados pelos compradores. O RIO NU também anunciava a venda de coleções de histórias pornográficas francesas em fotos uma prática que pode ser considerada como uma precursora lasciva da fotonovela. 
Conhecer o jornal O RIO NU permite concluir que a exploração do sexo pela imprensa não é tão nova. 

Texto: Célio Losnak
Fonte:  http://historiadaimprensanobrasil.blogspot.com.br



  


“Toma tento, rapariga, chupa... chupa... não mastiga!” Seria esta citação pornográfica? Pode ser. O trecho faz parte de uma das edições de O Rio Nu.Algumas seções contavam até com a participação do público, instigado pela imaginação pecaminosa e libertadora. Uma delas era o “Concurso de resposta”, no qual o jornal apresentava um tema em versos para que seus leitores completassem o poema para a redação. Como verdadeiros poetas, os fãs do periódico enviavam suas contribuições, identificados por pseudônimos – recurso também usado pelos próprios colunistas do jornal. As melhores poesias eram publicadas, e tinham sempre temas picantes:

Para o próximo número oferecemos a seguinte pergunta:

Se aquilo lavado fica
Como novo, novo em folha,
– Como diabo é que se explica
Esse receio da rolha?

A resposta vencedora foi publicada dois números depois:

Fica novo, novo em folha.
Desde que seja lavado.
Mas da razão não se esqueça:
Se da cabeça da rolha,
Depois do caldo entornado,
Nascer um’outra cabeça?...

Os vencedores também recebiam como prêmio alguns dos contos da Bibliotheca d’O Rio Nu, publicados em brochuras produzidas e vendidas pelo próprio periódico, sendo um sucesso de vendas e se tornando bastante popular entre o público masculino. Cada um de seus volumes, de leitura reservada,continha narrativas sobre as intimidades da vida sexual de casais, além de muitas gravuras“tiradasdonatural”, traçadas a partir da nudez de mulheres reais que posavam para seus desenhistas,detalhe sempre destacado pela propaganda desses livros, veiculada no próprio periódico. Histórias como “Sandwiche”, “69” e “O menino de Gouveia” – o primeiro conto homoerótico publicado no país –sedimentaram o gênero, também conhecido como “leitura quente”.
A capa de “Sandwiche” – lançado em 22 de abril de 1916 – instigava a imaginação do leitor ao estampar o desenho de um homem de braços dados com duas moças sorridentes. Um dos diálogos entre as personagens não poderia ser mais ousado para a época:

– Vamos, meu bem, não te faças de mauzinho.
– Mas, como há de ser isso? Como escolher entre as duas?
– Não te incomodes: serás o presunto e nós o miolo de uma nova sandwiche.

O jornal ainda divulgava o já popular jogo do bicho e dava palpites para combinações promissoras. As dicas do periódico faziam tanto sucesso entre os leitores que, a partir de 1915, elas passaram a ser vistas em um caderno suplementar, O Bichinho. Outra peculiaridade de O Rio Nu estava nos seus anunciantes, que viam o público assanhado do jornal como possível comprador de seus remédios ditos milagrosos contra doenças como Gonorrheas, Syphilis e Hemorrhoidas.
Com malícia, inteligência de sobra e sem abrir mão da classe, O Rio Nu saiu na frente ao perceber que sempre houve homens dispostos a encarar, regularmente, uma boa dose de pornografia na capital da República. Mais de um século depois que o jornal foi lançado, esse contingente não para de aumentar.

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/por-dentro-da-biblioteca/republica-da-safadeza



 

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